sábado, 14 de novembro de 2009

Capoeira apresenta resultados positivos na inclusão de deficientes








Jogo atlético, constituído por um sistema de ataque e defesa, de caráter individual e origem folclórica genuinamente brasileira, surgido entre os escravos’. Quem procura pela palavra capoeira no dicionário Aurélio de língua portuguesa encontrará essa definição. Mas, basta conferir uma roda de capoeira de alunos deficientes no Complexo Esportivo e Recreativo Rebouças (Praça Eng. José Rebouças s/n., Ponta da Praia) para ter a certeza que a capoeira vai além. Ela vem promovendo inclusão para quase 90 munícipes com necessidades especiais, garantindo benefícios físicos e psicológicos. O trabalho será tema de encontro promovido pela prefeitura hoje (quarta dia 11, no próprio Rebouças.
De acordo com Cícero França, conhecido como mestre Cícero Tatu, responsável pelas aulas de capoeira com alunos especiais na Semes (Secretaria de Esportes), entre os benefícios destacam-se a melhora na lateralidade, equilíbrio, atenção e raciocínio. “A liberdade de expressão é a essência da capoeira. E é isso que trabalhamos aqui: a educação de forma não padronizada, respeitando os tempos e limites de cada um. Com a música, o ritmo, eles ficam mais atentos e os movimentos ajudam a conhecer melhor o próprio corpo e a respeitar o espaço do outro”.
Os resultados positivos podem ser medidos pela opinião de quem participa. Alunos da Apae (Associação de Pais e Amigos dos Excepcionais de Santos), Sérgio Luiz Pedra, 46 anos, e Sidnei Viera, 25, começaram as aulas no Rebouças há dois meses e estão gostando do resultado. “É bom pra minha saúde, para o coração. Estou até perdendo a barriga”, conta Sérgio. Sidnei também destaca os benefícios. “Melhorou meu equilíbrio, minha saúde. Estou com mais atenção”. Outro exemplo é Daniel Torrente de Almeida, 38 anos, já formado. De acordo com mestre Cícero, pelo que tem conhecimento, Daniel é o único aluno com autismo já formado. “Hoje já ajudo a dar as aulas. Ensino os movimentos para as pessoas”, conta Daniel.
Socialização:
Outro ponto importante é que as aulas mesclam os alunos deficientes com alunos em geral, promovendo, de fato, a inclusão. “Esses alunos ditos normais amadurecem frente ao desconhecido. Isso por si só já vale a pena. São crianças, jovens, que estão crescendo aprendendo a respeitar as diferenças. A socialização é verdadeira. Todos interagem, jogam juntos”, afirma o professor.
A pequena Stephanie Marra Kuhlmann, de oito anos, é exemplo disso. Desde pequena frequenta as aulas com alunos especiais e aprendeu a lidar com as limitações de cada ser humano. “No começo ela ficava assustada. Hoje beija, abraça todo mundo. Aprendeu a respeitar mais o próprio corpo e os limites dos outros. Ela vem aqui ajudar o professor, mas sabemos que ela também está sendo ajudada. É um aprendizado para a vida toda”, diz a mãe Maria Cristina.
Mestre Cícero conta que também sai ganhando. “A grande diferença não estar no ensinar, mas no aprender. Aprendo muito com eles. Eles me instigam a sempre inovar, a buscar estratégias para que todos possam aprender a capoeira”, afirma. Além dos movimentos, os alunos aprendem em oficinas sobre a história da capoeira e até a confecção dos instrumentos musicais.

Por: Depto. Imprensa - Prefeitura Municipal de Santos
Fonte: http://www.clicklitoral.com.br/

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