quinta-feira, 12 de novembro de 2009


Nascido em 1952, em Cachoeiro de Itapemirim, Espírito Santo, Ricardo Ferraz contraiu poliomielite aos cinco anos de idade, o que o deixou privado em uma cama, sem contato com crianças de sua idade. Descobriu no desenho um ótimo passatempo. Com dedicação e amor a essa arte, rabiscava em papel de embrulhar pão. Começou a trabalhar na infância engraxando sapatos, exercendo várias funções profissionais, de agitador cultural a diretor de penitenciária. Militante de movimentos populares, foi um dos fundadores da Associação Capixaba de Pessoas com Deficiência (ACPD), onde encontrou uma fonte inesgotável para então enfocar em seus cartuns. Os trabalhos retratavam, por exemplo, a insatisfação diante das barreiras para se conseguir emprego; usar o transporte coletivo; ter acesso a locais públicos (onde não existiam rampas); entre outras.

 No início os cartuns ilustravam jornais e revistas cachoeirenses. Depois ganharam repercussão e passaram a ser mostrados em exposições pelo Espírito Santo e em vários estados brasileiros. Seus desenhos também foram mostrados em países, como França, Equador, Argentina, Estados Unidos, entre outros.Em 2001, o talento de Ricardo Ferraz saltou do papel para a mídia eletrônica. Seu projeto foi escolhido entre os 30 melhores do país e a temática da dificuldade de acesso dos deficientes ganhava destaque na mídia nacional. Assinou vinhetas exibidas em rede nacional. Conquistou a grande mídia de vez, ao vencer pela quarta vez o concurso de vinhetas “plim-plim”, promovido pela Rede Globo. Teve seus trabalhos exibidos na programação do SBT, em campanha do Teleton, em prol da AACD.



Professor de desenho artístico na cidade de Cachoeiro de Itapemirim, onde foi homenageado como o “Cachoeirense Presente 2009”, Ricardo acredita que “a arte remove mesmo montanhas" e sonha com uma sociedade mais justa e igualitária. A luta contra o preconceito incentivou Ferraz a lançar o livro "Visão e Revisão - Conceito e Preconceito" que está em sua terceira edição e utilizado em escolas públicas de Cachoeiro.


Esse ano, a arte de Ricardo ganhou ainda mais visibilidade mundial. Os trabalhos vêm sendo usados pelas agências da Organização das Nações Unidas (ONU), espalhadas por diversos países do mundo, para ilustrar palestras e eventos que propõem o debate sobre a inclusão social.
 
Fonte: www.zsite.com.br
29/09/2009

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