terça-feira, 19 de janeiro de 2010

Confeccionando Membros Artificiais para Amputados

Por 40 anos Allan Tanner tem sido um artesão oferecendo um serviço personalizado. Antes ele trabalhava com madeira e couro, mas agora ele está mais propenso a usar fibra de carbono, alumínio e até titânio.

Graças ao seu conhecimento, e aos avanços tecnológicos que as próteses de membros de Allan Tanner tem ajudado seus clientes a nadar, correr, escalar montanhas – ou apenas conseguir a tão almejada conquista de se locomover dentro de um ambiente sozinho. Ele é o primeiro a admitir que no início de sua carreira ninguém levou em consideração a idéia de que as pessoas que sofreram uma amputação poderiam ter membros confeccionados e que estes, poderiam servir para suas atividades esportivas preferidas. “Voltando ao passado, todos pensavam que as pessoas com amputações não seriam capazes de praticar esportes e que nós não deveríamos nos preocupar com isso.”
Porém, atualmente as expectativas aumentaram, as pessoas que utilizam próteses de membros, querem ir além de simplesmente andar e as próteses se tornaram muito mais avançadas tecnologicamente. Hoje recebemos muitos pedidos de próteses para correr, para praticar esportes aquáticos, para escaladas e assim por diante. Mas cada meta individual é um desafio. Por exemplo, caminhar por uma sala vazia carregando um copo de água, para uma pessoa idosa, pode lhe proporcionar um grande sentimento de realização. “ A primeira vez que me foi pedida um par de pernas para nadar foi por um menino de 15 anos de idade refugiado do Vietnã. Ele veio ao Reino Unido usando um par de próteses feitas totalmente de madeira, que havia sido confeccionada no Vietnã alguns anos antes. Aquelas próteses não eram apropriadas para ele e eu fui solicitado a confeccionar novas próteses . Ele me perguntou se eu poderia fazê-las impermeáveis, pois ele queria iniciar aulas de mergulho, o que ele posteriormente fez. Desenhei um par de aparelhos curtos para serem usados embaixo d’água e com barbatanas montadas nas extremidades. Costumava levá-lo para banhos de piscina, até ele reaprender a nadar, usando essas próteses especiais mais todos os equipamentos de mergulho e roupas de mergulho também. Ele parecia ótimo mergulhando profundamente na piscina!”
Agora tenho pessoas correndo com próteses de fibra de carbono. Conhecemos um médico que corre entre 11 a 15 kms por semana, ele tem uma amputação de perna que é considerada baixa, tem mais de 60 anos, ele é simplesmente fantástico! Nós temos pessoas participando de maratonas entre Nova York e Londres.
Alan, que atualmente trabalha par uma empresa que fabrica próteses em Blatchfords no Hospital de Charing Cross , Londres, diz que adora o seu trabalho e que não o trocaria por nenhum outro. “Cada dia é um dia diferente”. A maioria dos pacientes tratadas por Alan são pessoas que perderam suas pernas em acidentes automobilísticos, ou amputação por problemas com diabetes ou ainda doenças relacionadas ao fumo.
Nós traçamos um perfil e trabalhamos, ambas, as necessidades imediatas da pessoas e o que ela quer alcançar a longo prazo, disse ele. Então temos uma idéia do que iremos fazer pelo paciente em um período curto de tempo e a longo prazo também, daí trabalhamos no tipo de membro que iremos confeccionar especificamente. Primeiro, Alan, ou as pessoas que trabalham com ele fazem um molde em gesso da parte do membro que restou após a amputação (côto)ou fazem uma imagem em 3 D no computador, antes de fazer o encaixe que vai ficar na perna.
Se houver alguém no hospital, Charing Cross, onde ele trabalha, este terá prioridade e sua prótese será confeccionada em 4 dias úteis.



Casos complicados

Alan disse que em alguns caso, uma prótese  pode mudar a vida das pessoas.
“Eu recentemente recebi um e-mail de um hospital do sistema público de saúde me perguntando se eu havia visto um paciente, que tinha rejeitado uma prótese deles”.
“Essa senhora, infelizmente, escreveu para o seu posto de saúde relatando que ela estava em cadeira de rodas após sua segunda amputação acima do joelho e sofrendo com uma grande ferida por pressão. Mostraram a essa paciente um soldado que utilizava próteses nas duas pernas,feitas por mim. Aquela senhora estava tendo grandes dificuldades, não só por estar sentada e uma cadeira de rodas, mas também pelas feridas que não cicatrizavam. Ela , posteriormente teve sessões de fisioterapia, para melhorar a sua postura, e um par de SNAPS feito para ela, que é um pequena e não articulada saída, construída para encaixar na altura cadeira de rodas capacitando-a a sair e voltar para sua cadeira e ficando em pé em um período curto de tempo. Essas peças se mostraram muito úteis para a postura dela, para o ferimento que ela possuía e para a sua condição psicológica e também aumentou a sua independência, pois era o marido dela quem a tirava e colocava na cadeira de rodas, nos últimos 2 anos.
" Eu me sinto muito gratificado, apenas ajudando essas pessoas a restaurar parte de sua imagem corporal e da função de seus membros que eles haviam perdido após a amputação”

Fonte : http://news.bbc.co.uk/2/hi/health/8435764.stm

Nenhum comentário:

Postar um comentário