Fiscal que trabalhou na Faculdade Cantareira durante o Exame nacional do Ensino Médio (Enem) de 2011 detalhou falta de organização e descaso com os deficientes físicos
Maria Lúcia Zanutto
O Enem (Exame Nacional do Ensino Médio) de 2011, realizado no último final de semana para 5,3 milhões de estudantes inscritos, não teria ocorrido de forma totalmente regular. Deficientes físicos teriam sofrido com o descaso dos coordenadores, segundo relato de um fiscal do exame ao Universia Brasil.
Paulo*, 24 anos, aluno de Administração da Faculdade Cantareira no campus Belém, São Paulo, relatou que não houve preocupação com os deficientes físicos durante a aplicação do Enem. Segundo ele, a faculdade (que é emprestada ao MEC) não estava adaptada para receber o número de pessoas portadoras de deficiência que receberam. "As cadeiras não entravam nos elevadores. Algumas eram muitas pesadas. O transporte até a sala de aula foi feito de forma separada: primeiro a cadeira, depois o candidato carregado por alguém", contou.
Além disso, um dos quatro coordenadores responsáveis pela Faculdade Cantareira no Enem (Marcos, Sérgio, Kelly e Sonia) teria xingado um cadeirante que não quis esperar até o final da prova. No Enem, os três últimos presentes na sala só podem ser liberados juntos. "A coordenação teve um desacordo com um cadeirante. Uma das coordenadoras chamou o candidato de ‘deficiente doido’ na frente de todos os presentes", contou.
"Um deficiente físico tem o direito a uma hora a mais para fazer o Enem. Nós fiscais ficamos até as 19h30 e não ganhamos hora extra por isso. Esse Enem é uma bagunça. Desorganização total", completou.
Outro ponto de descontentamento do estudante foi a ausência de treinamento prévio. Segundo ele, foi exibido um vídeo, no sábado, em que foi realizada a primeira prova, com algumas instruções. "Eu não sabia como lidar com os deficientes. Tive que fazer a leitura para quem tinha dificuldade visual e também transcrever algumas provas", contou Paulo.
A Cesgranrio, órgão responsável pela seleção dos fiscais do Enem, foi quem convocou coordenadores para os treinamentos em sua central. Os demais fiscais - na mesma situação do Paulo - seriam treinados pelos coordenadores e selecionados pela instituição que aplicaria a prova.
O Universia Brasil procurou o Inep, órgão do MEC responsável pelo Enem, e a Faculdade Cantareira para comentar o caso. A Faculdade Cantareira negou que o fiscal seja aluno da instituição. "Foram escolhidos só funcionários e alguns alunos, um ou dois no máximo. Esses alunos só foram escolhidos porque são filhos de funcionários ou considerados confiáveis pela reitoria", disse Daniela, da Secretaria da Faculdade. Além disso, a instituição negou a falta de acessibilidade aos deficientes. "Aqui existem elevadores e cadeiras de rodas". Por enquanto, o Inep não comentou o assunto.
*A Universia Brasil adotou um nome fictício para preservar a identidade do fiscal
Fonte:http://saci.org.br/index.php?modulo=akemi¶metro=33041Além disso, um dos quatro coordenadores responsáveis pela Faculdade Cantareira no Enem (Marcos, Sérgio, Kelly e Sonia) teria xingado um cadeirante que não quis esperar até o final da prova. No Enem, os três últimos presentes na sala só podem ser liberados juntos. "A coordenação teve um desacordo com um cadeirante. Uma das coordenadoras chamou o candidato de ‘deficiente doido’ na frente de todos os presentes", contou.
"Um deficiente físico tem o direito a uma hora a mais para fazer o Enem. Nós fiscais ficamos até as 19h30 e não ganhamos hora extra por isso. Esse Enem é uma bagunça. Desorganização total", completou.
Outro ponto de descontentamento do estudante foi a ausência de treinamento prévio. Segundo ele, foi exibido um vídeo, no sábado, em que foi realizada a primeira prova, com algumas instruções. "Eu não sabia como lidar com os deficientes. Tive que fazer a leitura para quem tinha dificuldade visual e também transcrever algumas provas", contou Paulo.
A Cesgranrio, órgão responsável pela seleção dos fiscais do Enem, foi quem convocou coordenadores para os treinamentos em sua central. Os demais fiscais - na mesma situação do Paulo - seriam treinados pelos coordenadores e selecionados pela instituição que aplicaria a prova.
O Universia Brasil procurou o Inep, órgão do MEC responsável pelo Enem, e a Faculdade Cantareira para comentar o caso. A Faculdade Cantareira negou que o fiscal seja aluno da instituição. "Foram escolhidos só funcionários e alguns alunos, um ou dois no máximo. Esses alunos só foram escolhidos porque são filhos de funcionários ou considerados confiáveis pela reitoria", disse Daniela, da Secretaria da Faculdade. Além disso, a instituição negou a falta de acessibilidade aos deficientes. "Aqui existem elevadores e cadeiras de rodas". Por enquanto, o Inep não comentou o assunto.
*A Universia Brasil adotou um nome fictício para preservar a identidade do fiscal
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