quinta-feira, 14 de março de 2013

Pessoas com deficiência investem em idiomas

Profissionais ou estudantes em busca de oportunidade de trabalho procuram ajuda para construir uma carreira, apesar das dificuldades impostas pela deficiência. A metodologia do CELLEP permite adaptações

 Sair do Ensino Médio e começar a construir uma carreira. É esse o caminho natural da maioria dos jovens brasileiros. A lei de contratação de Deficientes nas Empresas estipula uma cota de dois a cinco por cento de seus cargos a beneficiários reabilitados, ou pessoas com deficiência, no caso de empresas com mais de cem funcionários. Assim, o investimento na profissionalização é também parte da vida dessa parcela da população.
É o caso de Felipe Silva, estudante de inglês no CELLEP. Formado em Administração de Empresas, Felipe teve um problema de saúde que comprometeu gravemente sua visão. Com as aulas, ele busca fluência no idioma para alavancar sua carreira e poder acompanhar filmes e músicas internacionais.

Desde que começou a estudar, foram horas de dedicação, com disciplina e ajuda do coordenador Valdir Caetano e outros professores da filial. “O ganho que tive nesses meses foi ótimo e o Valdir me ajuda muito, sempre adaptando todo o material didático para que eu possa ouvir e depois praticar sozinho”, explica.

O trabalho do coordenador é realizado antes da aula começar. Primeiro, ele explica previamente quais serão os conteúdos vistos em sala para depois digitar no computador do aluno – que tem um software especial, desenvolvido para leitura – todas as lições e explicações presentes no livro. ”Desde o começo, deixamos claro ao Felipe que o curso não era voltado a alunos com deficiência visual, mas faríamos adaptações”, conta Valdir.

Para quem quer investir na carreira em outro país, a opção é pelos cursos superintensivos do CELLEP. Aos 33 anos, o aluno Ricardo Costa matriculou-se na escola com o objetivo de mudar-se para Orlando com a esposa e os dois filhos. Há dois anos, Ricardo sofreu uma lesão na medula em um acidente e ficou paraplégico.


“Comecei o inglês há 10 anos. Cheguei a estudar por cinco anos, mas eu começava e logo parava. Estudava por necessidade, já que na época me preparava para ser piloto de avião. Hoje minha relação com o idioma é outra. Quero me tornar fluente para buscar novos tratamentos e qualidade de vida nos Estados Unidos”, conta.

O outro lado da moeda
Em busca de profissionais para a rede, que conta com 17 escolas no Estado de São Paulo, o CELLEP pretende contratar até o final do ano 20 pessoas com deficiência. Atualmente, o quadro de funcionários conta com um auxiliar de secretaria e um no departamento de relações corporativas.

“Uma pessoa com algum tipo de deficiência fica muitos anos fora da sociedade e a maior dificuldade é reaprender a se ambientar”, explica Marisa Taboas, psicóloga do Centro de Aprendizagem Empresarial Piaget (CAEP), que auxilia grupos de profissionais recém-contratados pelas empresas.

Desde 1998, o serviço é prestado às empresas que contratam pessoas com deficiência para que se preparem para assumir os cargos. “Para nós, é um trabalho bastante gratificante. Muitas vezes, o aluno tem vergonha até de entrar na sala de aula, e, ao final do estágio conosco, as portas se abrem, já que ele se sente mais seguro”, conta Marisa.

Fonte:  http://saci.org.br/index.php?modulo=akemi&parametro=37139

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