quinta-feira, 2 de setembro de 2010

Sobram vagas para deficientes no mercado de trabalho em MS

Fundação do Trabalho oferece cadastro para pessoas interessadas em preenchê-las

A demanda de profissionais deficientes que procuram o mercado de trabalho é menor do que o número de vagas existentes para este segmento em todo Mato Grosso do Sul. De acordo com o diretor-geral da Fundação do Trabalho (Funtrab), Cícero Ávila, de 53.451 empresas declaradas que oferecem oportunidades de trabalho em todo Mato Grosso do Sul, cerca de 520 delas têm a obrigatoriedade de contratar pessoas com deficiência, conforme o artigo 93 do Ministério do Trabalho. "Hoje em Mato Grosso do Sul, de 5.300 vagas de emprego que o Estado oferece, 2.600 estão ocupadas e 2.700 são reservadas para deficientes", explica.
A reserva de vagas para deficientes está prevista no artigo 93, da lei 8.213 de 24 de julho de 1991, segundo a qual, a empresa com 100 ou mais empregados está obrigada a preencher de 2% a 5% dos seus cargos com beneficiários reabilitados ou pessoas portadoras de deficiência. De acordo com o diretor-geral da Funtrab, além de 520 empresas que têm a obrigatoriedade de oferecer essas vagas à deficientes, em Mato Grosso do Sul, existe uma boa parcela de empresas que possuem menos de 100 funcionários e que mesmo assim oferecem vagas para este segmento.
O diretor afima também que nem metade das 2.700 vagas reservadas para deficientes estão preenchidas. Segundo Cícero, o número pequeno de deficientes que procuram por trabalho em Mato Grosso do Sul pode ser proveniente do benefício de prestação continuada e permanente instituída em Lei Orgânica de Assistência Social. "Como esse benefício é permanente, garantindo um salário mínimo de benefício mensal à pessoa portadora de deficiência, os deficientes talvez ficam receosos de trocar o certo pelo incerto, pois se ele começa a promover seu próprio sustento, segundo a lei, o deficiente perde este benefício", afirma Ávila.

Além de fazer parte do mercado de trabalho, a vida profissional ajuda na autoestima do deficiente. Segundo o diretor, um dos problemas relacionados aos deficientes é a falta de qualificação profissional especializada para atender esse segmento. Outro fator lembrado por Cícero é o problema cultural de algumas famílias de deficientes físicos e mentais. "Algumas vezes, as famílias têm receio e um protecionismo exacerbado que dificulta e inibe a inserção desse profissional no mercado de trabalho", conclui o diretor.

Serviço Social do Trabalho
A Funtrab dispõe do Serviço Social de Trabalho, que consiste na colocação e realocação de trabalhadores deficientes. "Para esse serviço especializado, contamos com dois assistentes sociais e psicólogos que atuam na seleção desses profissionais", afirma o diretor da entidade.

De acordo com o órgão, para a inclusão social dos trabalhadores com deficiência, um de cada três deficientes inscritos são encaminhados para o mercado de trabalho. Esses profissionais conseguem se inserir no mercado de trabalho por meio dos serviços de intermediação de mão-de-obra realizados pelo Centro Integrado de Atendimento ao Trabalhador (Ciat).

Serviço
Para o profissional que possui alguma deficiência e procura emprego, basta comparecer na rua 14 de Julho, 992 - Vila Glória, com seus documentos pessoais e Carteira de Trabalho.

Os cadastros são totalmente presenciais, não serão aceitos cadastros ou currículos por e-mail. Para quem ainda não possui Carteira de Trabalho, a Fundação emite a 1ª via do documento. O interessado deve trazer, além dos documentos pessoais, duas fotos 3x4 (não-digitais).
Fonte:http://saci.org.br/index.php?modulo=akemi¶metro=29956

Um comentário:

  1. E o que dizer de empresas que possuem uma grande quantidade de empregados em funções que não exigem maiores habilidades e/ou qualificações? Como exemplo, cito a empresa em que trabalho, que possui 3.500 empregados, sendo que nem 3% são funções com mais habilidades e/ou qualificações. Nestas funções é que já conseguimos contratar quase 100 empregados, mas, e nas funções que compõem a maioria? A conta é simples: se temos 3.500 empregados, devemos ter, pelo menos, 175 empregados com deficiência, mas, só temos 88 cargos ditos "melhores" (funções administrativas). Os outros 87 empregados para cumprir a cota legal (175 - 88 = 87) devem ocupar essas funções "menos interessantes" (auxiliar de limpeza, servente, etc.), mas, não encontramos interessados. Inclusive, se aparecem deficientes interessados, fazemos a demissão de empregados "não" deficientes para contratar os deficientes, mas, nem assim estamos conseguindo. O que fazer?

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