quinta-feira, 8 de dezembro de 2011

Um Presente para o Natal: Prosas Experimentais de Emilio Figueira

Meus queridos amigos, tudo bem?
Já estamos em dezembro e eu gostaria de agradecer a todos pelo carinho que recebi durante  este ano, certamente, o melhor de toda a minha vida. Um ano de muitas mudanças, conquistas, descobertas e rico profissionalmente. Compartilhei tudo com vocês, mas acima de tudo louvo e agradeço a Deus por ter me abençoado tanto em 2011.
Fechando o ano, hoje lancei mais um livro, PROSAS EXPERIMENTAIS, somando com ele, oito livros lançados em 2011. Mas esse tem um sabor especial, ele reúne três dos meus primeiros romances escritos nos anos 80 e 90. E por se tratar 214 páginas de literatura de entretimento, quero sugeri-lo a vocês como uma OPÇÃO DE PRESENTE DE NATAL.
Ele só está à venda pela internet,http://www.agbook.com.br/book/118802--PROSAS_EXPERIMENTAIS . Leia abaixo o  prefácio completo.
Novamente, agradeço o carinho de todos que me acompanharam pessoal ou virtualmente por todo 2011. E estou preparando  novidades para o próximo ano. AGURDEM!
BOAS FESTAS E QUE DEUS, EM SUA INFINITA BONDADE, ABENÇOE A TODOS!!!
PREFÁCIO:
UMA ESCRITA ANTES DAS PSI!

            Durante quase três décadas escrevendo, entre publicados e inéditos, acumulei mais de oitentas originais de livros. Em minhas palestras, ou quem lê a minha biografia, espanta-se quando digo que deles, pelos menos joguei metade fora. Verdade. Nem tudo que escrevemos é para ser publicado; mas tiveram uma importante função para que eu desenvolvesse a prática, o ritmo, a linguagem, a descoberta e definição do meu estilo de escrita.
            Entre esses originais, alguns guardei com carinho ao longo desses anos.  Agora, resolvi lançar neste volume três das minhas primeiras novelas literárias. O nome PROSAS EXERIMENTAIS significa a apresentação do meu modo de escrever e contar histórias nos anos 80 e 90. O retrato, digamos, histórico da minha escrita que antecede aos meus estudos e formações em psicologia e psicanálise, os quais me deram uma outra forma de ver o mundo e de escrever na última década.  
            Resolvi fazer aqui o que chamo de uma edição intimista! Um livro pessoal, apresentando  aos amigos meus primeiros momentos como escritor na velha máquina de escrever, quando eu ainda nem sabia o que era um computador. E por isto, vou falar um pouco mais de cada história e seu processo de criação.
QUANDO O VERÃO CHEGAR EM GUARAÇAÍ - Não marquei a data de inicio, mas foi em Guaraçaí, às 8:00hs da noite do dia 04 de junho de 1987, quando terminei de escrever o primeiro esboço deste romance. Suas primeiras páginas foram à caneta, depois à máquina de escrever, na velha rotina de pôr e tirar papel, empurrar o carro ao final de cada linha, escrever embalado pelo som das teclas batendo na fita, imprimindo letras na folha; hoje essas lembranças têm gosto de romantismo! E nesse clima, nasceu essa biografia ficcional de uma jovem estudante de piano e poetisa cuja mudança da cidade grande para um município pequeno do interior irá mudar sua vida. A rotina e monotonia de sempre; as noites rotineiras nos fins de semana; a escola e um pouco do campo. Uma obra do jeito que gostava de contar história naquele período, através de diálogos. E, pelo fato de ter sido ambientado nos anos 80, hoje nos dar gosto de um romance de época!!!
            Passadas duas décadas, em 2007, morando em Bauru-SP, finalizei esta nova versão produzida no moderno notebook. Algumas das coisas em suas entrelinhas já não representam o meu atual pensamento. Mas muitos fatos e situações aqui narrados nada mudaram nesses 20 anos, infelizmente. Algum dia, irão me perguntar se Denise realmente existiu; Se esta história foi mesmo desse jeito? Quem foi ela? O ser verdadeiro nome? Seu comportamento foi assim? Afinal, quem foi Denise? Certamente responderei: “Não sei se tudo foi real. Talvez ela tenha sido eu mesmo!”
            AS VOLTAS QUE O MUNDO DÁ e O PICADEIRO DE UMA ILUSÃO – Durante as minhas primeiras produções, escrevi alguns roteiros e argumentos para a televisão e cinema. Nem todos foram filmados, ficando adormecidos em meu arquivo. Nos anos 90, ao encontrá-los, os reli com uma visão de novelista, encontrando neles estruturas para desenvolver novas narrativas. E, o que eram manuscritos e originais mal datilografados, começaram a tomar forma de novelas literárias diante da tela de um moderno computador!
            Trabalhando no processo de recriação desses textos, de repente, algo me fascinou. O fato de estar descobrindo e desenvolvendo uma nova estética até estão nunca pensada por mim. Surgiram narrativas independentes, mas tendo em comum cenas curtas e objetivas, organizadas em sequências como uma fila indiana, com tramas em um ritmo acelerado e, às vezes, precipitado. Isto, graças a linguagem encontrada, caracterizada pelo emprego das metáforas diretas, simples e despojadas, indo direto ao ponto que interessa, através de uma narrativa concreta, plástica, expressando-se com simplicidade, permitindo ao leitor acompanhar o enredo sem maiores esforços.
            Procurei também manter o verbo sempre no tempo presente, buscando dar, talvez, um tempero de dramaticidade teatral ao enredo.
            Vale acentuar que aprendi a “receita da simplicidade literária”, com as obras do escritor Monteiro Lobato. Considerado o percursor da comunicação de massa e tendo uma posição contra todos os “ismos”, Lobato se interessou em atingir um número cada vez maior e possível de pessoas. Para tanto, o pai da literatura infantil brasileira – colocando-se contra os experimentalismos vanguardistas que ficavam restritos as resumidas rodas de intelectuais cultos e eruditos -, passou a escrever numa linguagem despojada, clara e objetiva.  Sua receita deu certo. E hoje, apesar ter se recusado a entrar para a Academia Brasileira de Letras, Monteiro Lobato é o mais imortal de todos os imortais!
            Na segunda e terceira narrativa me realizei não só em seu conteúdo, como em sua estética, pelo fato de ter a ideia do folhetim do século XIX e estar desenvolvendo algo novo, uma leitura ficcional objetiva, compatível à velocidade do nosso tempo. Tanto é verdade, que já penso em escrever outros volumes de folhetins modernos. E, quanto aos meus velhos originas e rascunhos, recriados em uma nova linguagem neste primeiro volume, restaram-lhes apenas a incineração!
            PROSAS EXPERIMENTAIS mais do que literatura é um documento histórico do início da minha carreira? Talvez…
 Emilio Figueira
Dezembro de 2011

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